Reino Já Cheguei: Ando a ler sobre: Joseph Cornell

sábado, 31 de março de 2012

Ando a ler sobre: Joseph Cornell

“Shadow boxes become poetic theaters or settings wherein are metamorphosed the element of a childhood pastime.”
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Comprei este livro sobre ele há algum tempo e tenho andado a pesquisar sobre o seu trabalho:

Biografia

Joseph Cornell (Dezembro 24, 1903 – Dezembro 29, 1972) era um artista e escultor americano, um dos pioneiros em assemblage. Influenciado pelo surrealismo (ADORO!), era também um aficcionado em cinema experimental avant-garde. Viveu em Nova York a maioria da sua vida, numa casa de madeira no Parkway de Utopia em Queens. Viveu lá com a mãe e irmão (teve também duas irmãs que casaram), Robert que sofria de paralisia cerebral. Cornell frequentou a Academia de Phillips em Andover, no ano de 1921.

Depois de ter deixado a academia conseguiu um emprego como comerciante de têxteis para William Whitman Company, em Nova Iorque. Durante este período, desenvolveu bastante o interesse pelas artes, e através da crítica da arte e de exposições absorveu a arte do séc. XIX e a arte das vanguardas, admirando particularmente o trabalho de Odion Redon. Através da Galeria Julien Levy, participou na exposição de surrealismo com uma série de colagens e um objecto. Aprendeu técnicas de madeira, o que se vai reflectir nos seus trabalhos.

Esculturas e colagens

Os trabalhos de arte mais característicos de Cornell eram assemblages (que ADORO! vejam exemplos de vários criadores aqui) encaixotadas de objectos encontrados (Shadow Boxes, Dioramas) chamava-lhes «Caixas de Recordações» ou «Bouquets». Estas eram caixas simples, geralmente com vidro à frente, em que colocava colecções de objectos, fotografias victorianas, etc. As suas obras mais caracteristicas são assim conjuntos de objectos inseridos em caixas onde combina o Construtivismo e o Surrealismo.

Muitas de suas caixas, tais como as famosas Caixas Medici Slot Machine, são interactivas e devem ser abanadas pois dependem da manipulação.

Tal como Kurt Schwitters, Cornell podia criar a poesia a partir do comum. Ao contrário de Schwitters, que estava fascinado pelo lixo e pelo que tinha sido rejeitado, Cornell coleccionava objectos bonitos e curiosos que encontrava nas suas visitas frequentas a livrarias e lojas de Nova York. As suas caixas basearam-se na técnica surrealista da justaposição irracional, e na nostalgia. Nunca se considerou um surrealista, embora admirasse o trabalho e a técnica de surrealistas como Ernst Max e René Magritte ,

As suas obras de arte permitiram-lhe conhecer diversos membros do movimento Surrealista durante segunda guerra mundial.

Cinema

Além a criar caixas e colagens chegou a ser um cineasta experimental.

Em 1939 é oficialmente estreado o seu primeiro filme "Rose Hubart". Paralelamente ao seu desenvolvimento na área das artes plásticas e da escrita, Cornell, na década de 50, retoma a indústria cinematográfica mas no papel de director e editor realizando com outros parceiros, várias curtas-metragens como "GniR RednoW" (1955). Cornell manteve também um sistema de arquivo sobre temas que o interessavam; os dossiers serviam como depósitos de onde tirava o material e a inspiração para caixas como o seu trabalho: “Penny Arcade” sobre Lauren Bacall (imagem a seguir).

Devido ao declínio da sua saúde e do sofrimento causado pela morte do seu irmão e da sua mãe, a partir de 1960 ele produz algumas caixas, embora continue com as colagens.

Gostava essencialmente de mulheres jovens, bonitas e muitos dos seus trabalhos reflectiam essas paixões. Amava estrelas de cinema, bailarinas e criaturas cósmicas.

Nunca teve formação em arte, embora fosse bastante culto e lesse bastante sobre o tema.

Atraído também por pássaros, Cornell criou os “Aviaries” nos anos 1940-50, e os entalhes envolvidos de imagens coloridas de vários pássaros ajustaram-se de encontro com os fundos brancos ásperos.