Vamos falar mais um pouco sobre o Brinquedo Português?
(Foto tirada no Museu do Brinquedo)
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«A indústria do brinquedo de madeira estendeu-se no País principalmente na zona de Ermesinde, Porto, Vila Nova de Gaia e ao longo do litoral.
Nos locais assinalados, fabricavam-se barcos com figuras de madeira trabalhadas ao torno. Também é significativo e original o trabalho desenvolvido nos brinquedos de madeira fabricados em Braga, Barroselas, Capaceiros (V. do Castelo) onde já se faz também o uso do torno.
Não poderíamos deixar de assinalar os piões e as rapas de Pernes, que são até hoje exportadas para toda a Europa.
E de madeira passou-se para o papier-marché: nos anos 40 e 50 fabricaram-se brinquedos neste material na zona de Lisboa.
Mas o que verdadeiramente caracteriza a Indústria do brinquedo em Portugal, é a utilização da folha de flandres (recuperação de latas de azeite e de sardinha para exportação) devido à dificuldade de importação de brinquedos originada pelo eclodir da II Guerra Mundial. Este facto foi incrementar a produção de brinquedos no País e conduziu deste modo, os fabricantes a procurarem outros meios técnicos.
Os primeiros fabricantes de brinquedo de folha de flandres no Porto, foram: António Lourido Lago, Adriano Coelho de Sousa e Manuel Ferreira; em Ermesinde, José Augusto Júnior em S. Pedro da Cova, Gondomar, António Martins Ferreira.
Entre os principais brinquedos de folha de flandres fabricados em Portugal a partir dos anos 40, podemos citar os automóveis, autocarros, camiões e outros meios de transporte, carros de guerra, canhões, aviões, barcos, etc..
É característico a pintura "naif" nestes brinquedos; encontramos carros pintados de todas as cores (embora na época, em Portugal, os carros tivessem outro tipo de cores, cinzento, preto, creme), canhões pintados de cores frescas mais lembrando uma peça de circo do que a cópia de um canhão de guerra.
Alguns brinquedos apresentam um trabalho de litografia - caso particular no brinquedo português. Este tipo de trabalho sobre a folha de flandres, surgiu na zona do Porto, e é aplicado em alguns brinquedos como carros de transporte, baldes de praia e também nos regadores.
Do brinquedo português podemos afirmar que, na maior parte das vezes, ele era uma recreação dos modelos importados do estrangeiro, aos quais o fabricante português dava por vezes, um cunho pessoal ( na maior parte dos casos a nível da cor).
No que diz respeito aos bonecos de barro (serão brinquedos?) e aos brinquedos de madeira, existem elementos - a decoração, o material empregue, as cores usadas - que nos revelam um gosto próprio, e uma certa originalidade.
O plástico no brinquedo é introduzido em Portugal a partir dos anos 60, e desde aí até aos nossos dias, o brinquedo apresenta uma nova forma que muito diferencia dosprimeiros brinquedos.»
CYNTHIA DIAS, in O Brinquedo Português do Post-Guerra ao Plástico
Nos locais assinalados, fabricavam-se barcos com figuras de madeira trabalhadas ao torno. Também é significativo e original o trabalho desenvolvido nos brinquedos de madeira fabricados em Braga, Barroselas, Capaceiros (V. do Castelo) onde já se faz também o uso do torno.
Não poderíamos deixar de assinalar os piões e as rapas de Pernes, que são até hoje exportadas para toda a Europa.
E de madeira passou-se para o papier-marché: nos anos 40 e 50 fabricaram-se brinquedos neste material na zona de Lisboa.
Mas o que verdadeiramente caracteriza a Indústria do brinquedo em Portugal, é a utilização da folha de flandres (recuperação de latas de azeite e de sardinha para exportação) devido à dificuldade de importação de brinquedos originada pelo eclodir da II Guerra Mundial. Este facto foi incrementar a produção de brinquedos no País e conduziu deste modo, os fabricantes a procurarem outros meios técnicos.
Os primeiros fabricantes de brinquedo de folha de flandres no Porto, foram: António Lourido Lago, Adriano Coelho de Sousa e Manuel Ferreira; em Ermesinde, José Augusto Júnior em S. Pedro da Cova, Gondomar, António Martins Ferreira.
Entre os principais brinquedos de folha de flandres fabricados em Portugal a partir dos anos 40, podemos citar os automóveis, autocarros, camiões e outros meios de transporte, carros de guerra, canhões, aviões, barcos, etc..
É característico a pintura "naif" nestes brinquedos; encontramos carros pintados de todas as cores (embora na época, em Portugal, os carros tivessem outro tipo de cores, cinzento, preto, creme), canhões pintados de cores frescas mais lembrando uma peça de circo do que a cópia de um canhão de guerra.
Alguns brinquedos apresentam um trabalho de litografia - caso particular no brinquedo português. Este tipo de trabalho sobre a folha de flandres, surgiu na zona do Porto, e é aplicado em alguns brinquedos como carros de transporte, baldes de praia e também nos regadores.
Do brinquedo português podemos afirmar que, na maior parte das vezes, ele era uma recreação dos modelos importados do estrangeiro, aos quais o fabricante português dava por vezes, um cunho pessoal ( na maior parte dos casos a nível da cor).
No que diz respeito aos bonecos de barro (serão brinquedos?) e aos brinquedos de madeira, existem elementos - a decoração, o material empregue, as cores usadas - que nos revelam um gosto próprio, e uma certa originalidade.
O plástico no brinquedo é introduzido em Portugal a partir dos anos 60, e desde aí até aos nossos dias, o brinquedo apresenta uma nova forma que muito diferencia dosprimeiros brinquedos.»
CYNTHIA DIAS, in O Brinquedo Português do Post-Guerra ao Plástico
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