Depois de falar sobre Joseph Cornell aqui, gostava de partilhar com vocês esta imagem e texto sobre Cornell e o seu trabalho.
Considero que está muito bem escrito e é uma mais valia para quem quer saber mais sobre este criador de arte :)
Considero que está muito bem escrito e é uma mais valia para quem quer saber mais sobre este criador de arte :)
“Untitled (Bébé Marie)”, 1940 – Obra de Cornell, caixa de madeira pintada de dourado e forrada com um papel pintado e ondulado, com uma boneca de porcelana com um chapéu de palha com flores embrulhada, rodeada de galhos de árvores secos e salpicada por tinta. A caixa, por ser dourada remete-nos para uma ideia de relíquia e de importância, tornando a boneca de porcelana o objecto de riqueza. A boneca de porcelana apesar de belíssima pode provocar uma sensação arrepiante aos espectadores através do seu olhar vazio, e de nos reportar para lendas místicas em que estão envolvidas, negativamente. O facto de se encontrar coberta com os galhos secos torna-a mais uma vez sombria. Segundo Charles Simic, poeta laureado dos EUA, enquanto a mãe estava ocupada com outras coisas, Marie foi à bolsa dela e tirou a maquilhagem, e pintou-se em frente a um espelho. Agora, está de castigo; uma menina mimada com um chapéu de palha preparada para ser queimada na fogueira. Assim, já se pode ver as “chamas” nos seus longos cabelos emaranhados com os galhos. Tem os lábios e as bochechas vermelhas, e os seus olhos estão bem abertos para que ela nos possa ver enquanto nós a observamos. A boneca de porcelana na floresta de galhos, uma obra sinistra.
Ao analisar esta obra (...), foi completamente perceptível os elementos que a compunham, e a interligação que eles teriam de uma forma sinistra. Assim, ao complementar a informação desta obra de Joseph Cornell, conseguimos através da breve biografia do artista e de reflexões feitas por outros, concluir que apesar de todo o seu trabalho desenvolvido, foram as suas caixas com objectos integrantes que sobressaíram mais que as suas colagens e curta-metragens. Como Deborah Solomon escreveu “Cornell era um amante dos segredos e mistérios. Ele próprio descreveu as suas caixas como sendo jogos esquecidos de uma infância rica em ambiguidades.”
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Retirado daqui.
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