Teias de aranha, cartas de Tarot e a minha vida

A vida não é fácil mas é engraçada... ou pelo menos, é bastante interessante.

A minha mãe foi operada a uma hérnia discal. Ainda está internada.

Correu tudo bem embora tenha perdido muito sangue e tenha levado uma transfusão. Ao que desconfiamos a cicatriz deve ser grandinha.

Saiu hoje do recobro. Penso ir visitá-la em breve (estamos a mais de 60 km de distância).

Tenho estado febril e com dores várias há quase uma semana. Tenho-me arrastado diariamente para o trabalho e depois para casa. Há dois dias que estou sozinha com os meus príncipes porque o rei deste reino está fora em trabalho.

Ainda por cima tivemos uma perda esta semana (Five of Cups; Five of Cups). Sei que temos que olhar para as taças de pé e não para as entornadas.

"Não adianta chorar sobre o leite derramado"

O pior é que nem sempre é fácil...

Vale-me acreditar com convicção que tudo acontece por uma razão e quando tem que acontecer.

Estamos sempre no lugar certo à hora certa. Essa é a minha maneira de ver as coisas (agora, pelo menos, mas nem sempre fui assim).

Perspetiva. Ver as coisas de maneira diferente tal como do ponto de vista da carta do Enforcado ajuda-nos a lidar com a vida de maneira diferente. Não é que soframos menos, talvez seja uma questão de sofrermos durante menos tempo... ou de aceitarmos tudo de forma calma tal como o rapazinho aqui pendurado de cabeça para baixo.

Go with the Flow.

Estava eu a tentar gerir tudo isto na minha debilitada cabeça quando olho pela janela e vejo uma teia de aranha. Até agora não tinha dado por ela senão já a tinha tirado de lá.

Depois de uma noite de chuva muito intensa a teia cheia de água (por isso a consegui ver) ainda lá estava... um pouco danificada mas AINDA LÁ ESTAVA. Aposto que a aranha não vai começar a fazer uma nova. Vai com certeza "pegar" nos restos desta - bons alicerces, depois da tempestade a que "sobreviveu" - e reconstruí-la. Para quê começar de novo?

Isso era começar do zero! É uma perda de tempo e de energia. 

Penso que devemos sempre pegar nas pedras que nos são postas no caminho e usá-las sabiamente. Não para as atirar aos outros, até porque se tivermos pedras nas mãos (guerra fria) não poderemos aceitar as coisas que a vida nos oferece, não com as mãos ocupadas.

Aquela teia de aranha que fotografei, se tivesse legenda diria algo como

"Hang in there!"

"Sê paciente, tudo vai correr bem!"

E é isso que tenho feito.

A vida é mesmo um carrossel. Só temos que escolher em que diversões andar de acordo com as nossas forças: se nas mais agitadas, em que temos que nos agarrar senão somos cuspidos, se nas mais calmas onde apenas nos sentamos e nos deixamos ir.

Go with the Flow.

E lá vou eu no carossel...

"mais uma voltinha... não precisa de pagar mas quem não paga também não anda..."