As nossas vidas normalmente são preenchidas com ruído. Há os ruídos do mundo exterior que não podemos controlar, e há os ruídos que permitimos nas nossas vidas.
Esses ruídos, de fontes aparentemente inócuas como a televisão e o rádio, podem-nos ajudar a evitar lidar com pensamentos e emoções desconfortáveis. No entanto, usar o barulho como distração pode acabar por doer mais do que ajuda. Estamos a impedir que aquilo que nos magoa chegue à superfície e possa ser analisado e eventualmente curado.
- Não quero pensar nisso! – dizemos enquanto aumentamos o volume da música.
Isto pode servir o propósito de não pensar em determinado assunto. De tirarmos uma conclusão dolorosa. De decidirmos tomar determinada atitude que nos vai magoar ou a outra pessoa.
Mas vai também impedir que a nossa vida ande para a frente. Que ultrapassemos determinados problemas. Vai apenas adiar as soluções e que esqueçamos a realidade...
Ao cancelar o ruído e saborear o silêncio, criamos espaço para sentir e organizar os pensamentos para posteriormente os podermos expressar. É só então que a auto-exploração pode começar de forma séria. Em silêncio, torna-se mais fácil deixar avançar os sentimentos mais fortes, lidar com eles e encontrar novas maneiras de os resolver.
Quando nos cobrimos com o véu do ruído para nos auto-protegermos, nunca nos aperceberemos o que realmente precisamos de curar. Abraçar o silêncio e fazer introspeção permite trabalhar através do pensamento e emoções e transmutá-los. Livre da necessidade de barulho, podemos aceitar a dor, a raiva e a frustração à medida que surjam e transformá-las em oportunidades para evoluir.
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