O nosso reino é tudo isto, e muito mais...

«Contos de fada são mais do que a verdade. Não porque eles nos dizem que dragões existem, mas porque eles nos dizem que dragões podem ser derrotados.»

~ Neil Gaiman ~

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Aldeia de José Franco - Sobreiro

Fomos recentemente à Aldeia de José Franco. Era uma visita há muito adiada... valeu a pena lá voltarmos depois de adultos e como pais :) José Silos Franco, nasceu em Sobreiro, Mafra, a 19 de Março de 1920 tendo falecido em Lisboa a 14 de Abril de 2009 e foi um oleiro, ceramista e escultor português de fama e reconhecimento internacional.

José Franco dedicou-se principalmente à arte-sacra, sendo por isso conhecido em todo o mundo, podendo encontrar-se obras de sua autoria iaté mesmo no Vaticano.
Teve 15 irmãos; seus pais, extremamente pobres, eram oleiros de profissão, fabricantes das pequenas cerâmicas que os camponeses da região utilizavam nas suas casas: os pratos, as travessas, os jarros de vinho e água, os vasos para flores e pequenas peças de decoração, que também ele começou a fabricar e a vender à porta da sua pequena olaria e nas festas populares e feiras, transportando-as no burrito, que o acompanhava de terra em terra.

Por volta de 1945 José Franco sonhou que poderia, nas horas vagas, construír ao pé da casa em que vivia e da sua oficina de oleiro um museu vivo da sua terra, uma espécie de um grande presépio, que reproduzisse os costumes e actividades laborais do tempo da sua infância e alguns aspectos fundamentais e actividades da vida campesina.
E assim, dia a dia, a sua obra foi nascendo e crescendo. Num espaço com cerca de 2500 m2 construiu em escala natrural um conjunto de elementos considerados fundamentais na vida do campo:
- O moinho de vento para moer o trigo.
- A cozinha rural onde é oferecida a todos os visitantes uma canequinha de vinho «moscatel».
- A capelinha dedicada a Santo António.
- A azenha movida a água para moer o milho.
- A oficina de carpintaria com utensílios do fim do século passado.
- A «loja da tia Helena» ou mercearia.
- A cozinha saloia, em cujo forno aquecido a lenha, diariamente se coze o pão da região, que os visitantes podem adquirir no local.
Enfim é uma aldeia em tamanho natural onde os visitantes podem "sentir" o quotidiano de quem vive fora das grandes urbes.

Tem também um pequeno restaurante onde são servidos os pratos típicos da região; o caldo verde, a carne de porco à moda das Mercês, a caldeirada de peixe e o arroz doce.

Mas a parte mais deliciosa deste maravilhoso conjunto é constituída pelos cenários construídos em jeito e escala de presépio, com figurinhas de barro moldadas por José Franco e que reproduzem uma aldeia com as moradias que são cópias fieis das casas dos arredores de Lisboa dos fins do século passado, as actividades exercidas, como as serrações de madeira, os moinhos do cercal, o trabalho dos campos, com os figurantes habilidosamente movidos a água, as actividades piscatórias com a reprodução, também em escala reduzida, da pequena vila de pescadores da Ericeira, que fica a 5 km de distância.
Dentro do castelo que José Franco construiu para delícia das crianças existe uma outra aldeia cheia de figuras nas suas actividades habituais, o casamento, o baptizado, a saída da igreja rural, o trabalho do campo.

No centro deste pequeno mundo de maravilha ficava a pequena oficina de oleiro, onde José Franco, trabalhando na mesma roda artesanal que os árabes que viveram nesta região do século VIII ao século XII aqui deixaram, vai moldando com o barro da região as dezenas das suas figuras de encanto de cerâmica sacra - e não há «santo» que as suas mãos não fabriquem -, da cerâmica popular, representando o pastor, a peixeira, o moleiro, o lavrador, o barbeiro, a matança do porco e todas as figuras típicas da região e da cerâmica satírica, com os seus bacos, o bêbado, o médico, os jogadores de cartas, figuras que tanto saem do forno onde o barro é cozido como logo são disputadas pelos coleccionadores.

«Artista do barro e da vida», assim se referiu a José Franco o escritor brasileiro Jorge Amado, que sempre que vinha a Portugal não deixava de visitar o seu amigo oleiro, um dos poucos homens que, depois de realizar o «sonho» do seu mundo maravilhoso, deu graças a Deus e disse que era «um dos homens mais felizes do mundo».

Foi este pequeno mundo de maravilha e amor que José Franco nos deixou com a certeza que será sempre lembrado pela sua simplicidade em contraste absoluto com a grandeza da sua Arte.

Não deixou uma escola de formação para os mais novos mas estamos certos que o seu legado não se perderá na memória dos tempos.
Copiado daqui.José Silos Franco (Sobreiro, Mafra, 19 March 1920-Lisbon, 14 April 2009) was a Portuguese potter and sculptor.

He came from a humble family of potters and started developing his artistic style since a very young age. He was influenced both by the popular art of pottery as by more high level clay artists, like Joaquim Machado de Castro. He cultivated also religious art, making many Nativity Scenes.

The greatest accomplishment of José Franco was his "Aldeia Típica de José Franco" ("Typical Village of José Franco") that reccreates a village from the Mafra region at the first decades of the 20th century, in Sobreiro.

His art was admired in Portugal and abroad, by people like actor Raul Solnado and the Brazilian writer Jorge Amado, who had a collection of his works.

José Franco (artist)

Sobreiro de Mafra is a very popular tourist attraction in the region known as “zona oeste” of Portugal. It is a fun and friendly place to visit with the whole family. Visitors are welcome to indulge in freshly baked bread and drinks along with regular meals that are served inside a typical Portuguese tavern. Sobreiro de Mafra is a miniature model of a traditional portuguese village. It has little houses and buildings, people, animals and day to day actions that make up the lives of a community in a small village in Portugal.

Here

Mais Fotos / More Fotos aqui / here

Sem comentários:

Blog Widget by LinkWithin
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...