“Diz-se que
o nosso corpo tem a forma de um abraço. Talvez por isso a tarefa de abraçar
seja tão simples, mesmo quando temos de percorrer um longo caminho. O abraço
tem uma incrível força expressiva. Comunica a disponibilidade de entrar em
relação com os outros, superando o dualismo, fazendo cair armaduras e motivos,
cedendo, nem que seja por instantes, na defesa do espaço individual. Há uma
tipologia vastíssima de abraços, e cada uma delas ensina alguma coisa sobre
aquilo que um abraço pode ser: acolhimento e despedida, congratulação e luto,
reconciliação e embalo, afeto ou paixão. Os abraços são a arquitetura íntima da
vida, o seu desenho invisível, mas absolutamente presente, são a plenitude
consentida ao desejo e memória que revitaliza.”
Este excerto faz parte da coluna semanal "Que
coisa são as nuvens", que Tolentino Mendonça assina na E – A
revista do Expresso.
Esta foi publicada no dia 22 de Janeiro de 2016, pág. 90
e saiu diretamente do meu dossier de “Artigos Interessantes”.
Vale a pena ler...
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