Lembram-se deste post? Aqui fica o prometido...
O Arco e a Gancheta - Método de aprendizagem da leitura e da escrita
***
Eu, para ensinar a escrever e a ler, sempre que tenho um 1º ano (com dois anos de escolaridade diferentes nem sempre o faço) uso o Método do Arco e da Gancheta.
Onde descobri este método? Chegaram às minhas mãos umas fotocópias já antigas de um livro sem capa, sem data e sem autor, acho que o nome do método nem era esse...
Adorei o que li (faltavam páginas), adaptei tudo às minhas necessidades e à minha maneira de ensinar, não venderia nem alugaria este trabalho que me deu «água pela barba»!
A primeira letra que se aprende SEMPRE é o i.
Aqui fica o início da história que terminará na última letra que se aprende, o q.
As letras aprendem-se num grau de elevada complexidade e grafismo (pelo menos no início).
*
«A Rosa era uma menina de quem toda a gente gostava.
Estava sempre muito bem arranjada: os vestidos, embora já fossem velhos, (os mais novos eram só para os domingos e dias de festa) andavam sempre muito limpos.
Não precisava que a vestissem, nem lavassem, pois sabia fazê-lo sozinha e na perfeição. Só chamava a mãe para lhe pedir que fizesse dos seus loiros cabelos duas tranças.
Mas não era só por fora que ela se apresentava bonita...
Não, que ela tinha outra coisa ainda mais bonita do que tudo o que acabo de vos contar. Sabem o que era?... Era o seu bom feitio, pois era muito boazinha.
Não era preguiçosa: levantava-se logo que a mãe a chamava. Era muito asseada, e já todos sabem porquê.
Na escola estava sempre com muita atenção ao que a professora explicava e não se portava mal.
Estava sempre calada, e fazia todos os trabalhos de casa e muito bem feitos.
Acham que as suas companheiras gostariam muito ou pouco dela?
Muito, claro! Acho que todos têm razão.
Mas quem gostava ainda muito mais dela, sabem quem era?
Estava sempre muito bem arranjada: os vestidos, embora já fossem velhos, (os mais novos eram só para os domingos e dias de festa) andavam sempre muito limpos.
Não precisava que a vestissem, nem lavassem, pois sabia fazê-lo sozinha e na perfeição. Só chamava a mãe para lhe pedir que fizesse dos seus loiros cabelos duas tranças.
Mas não era só por fora que ela se apresentava bonita...
Não, que ela tinha outra coisa ainda mais bonita do que tudo o que acabo de vos contar. Sabem o que era?... Era o seu bom feitio, pois era muito boazinha.
Não era preguiçosa: levantava-se logo que a mãe a chamava. Era muito asseada, e já todos sabem porquê.
Na escola estava sempre com muita atenção ao que a professora explicava e não se portava mal.
Estava sempre calada, e fazia todos os trabalhos de casa e muito bem feitos.
Acham que as suas companheiras gostariam muito ou pouco dela?
Muito, claro! Acho que todos têm razão.
Mas quem gostava ainda muito mais dela, sabem quem era?
Evidentemente que não há ninguém que goste mais de nós do que a nossa mãe. E a mãe gostava muito, muito dela, sobretudo porque ela era muito, muito obediente... Sabem o que quer dizer obediente?
Ora um dia, a mãe da Rosinha, precisava de fazer umas compras, mas como tinha o jantar atrasado, lembrou-se de que os seus filhos podiam ir à loja buscar o que lhe fazia mais falta. Chamou então a filha e, dando-lhe um cestinho, pediu-lhe que procurasse o irmão, para ambos irem fazer o recado.
É verdade, ainda não vos falei do irmão da Rosinha, o António que, não era mau rapaz mas tinha um feitio muito diferente do da irmã. Estava quase com oito anos. Parecia um homenzinho, mas era muito endiabrado. Sobretudo, o que desgostava mais a mãe, era ver que ele não era obediente, como a irmã. E, para que vocês vejam como tenho razão, vão ver o que se passou.
A Rosinha, como calculava que o irmão andava a brincar no adro da igreja, que ficava ali mesmo ao pé da sua casa, foi lá que o procurou.
Não se enganou. Lá andava ele a brincar, dando voltas à igreja a brincar com um grande arco que fazia rodar com um bocado de arame torcido na ponta (gancheta).
Ora um dia, a mãe da Rosinha, precisava de fazer umas compras, mas como tinha o jantar atrasado, lembrou-se de que os seus filhos podiam ir à loja buscar o que lhe fazia mais falta. Chamou então a filha e, dando-lhe um cestinho, pediu-lhe que procurasse o irmão, para ambos irem fazer o recado.
É verdade, ainda não vos falei do irmão da Rosinha, o António que, não era mau rapaz mas tinha um feitio muito diferente do da irmã. Estava quase com oito anos. Parecia um homenzinho, mas era muito endiabrado. Sobretudo, o que desgostava mais a mãe, era ver que ele não era obediente, como a irmã. E, para que vocês vejam como tenho razão, vão ver o que se passou.
A Rosinha, como calculava que o irmão andava a brincar no adro da igreja, que ficava ali mesmo ao pé da sua casa, foi lá que o procurou.
Não se enganou. Lá andava ele a brincar, dando voltas à igreja a brincar com um grande arco que fazia rodar com um bocado de arame torcido na ponta (gancheta).
Ele andava radiante com a sua brincadeira, mas quando a irmã lhe pediu para a acompanhar, como a mãe tinha recomendado, ficou muito contrariado e, então, fez uma coisa muito feia. De zangado que estava, atirou para longe os seus brinquedos. O arco não se importou nada, pois foi rolando, rolando, até que desapareceu para muito longe. Mas a gancheta, coitada, ficou sozinha, muito triste, encostada à parede, sem saber para onde ir.
O António pouco se importou com isso, e depressa desapareceu, talvez a procurar outra brincadeira.
E... a Rosinha?... Essa não podia ficar de braços cruzados, sem se importar com aquilo que via. Então, aproximando-se da gancheta, e vendo que ela estava muito triste, perguntou-lhe por que estava assim. E ela, começando a chorar (a lágrima será a pinta do i), disse-lhe:
“Nunca mais o arco vi.
Por isso choro: i... i... i...”»
O António pouco se importou com isso, e depressa desapareceu, talvez a procurar outra brincadeira.
E... a Rosinha?... Essa não podia ficar de braços cruzados, sem se importar com aquilo que via. Então, aproximando-se da gancheta, e vendo que ela estava muito triste, perguntou-lhe por que estava assim. E ela, começando a chorar (a lágrima será a pinta do i), disse-lhe:
“Nunca mais o arco vi.
Por isso choro: i... i... i...”»
Mais tarde a gancheta encostar-se-à ao O e fará a letra A...
Cada vez que leio esta história fico com vontade de aprender a ler outra vez :)
2 comentários:
Muito bonita a história do Arco e Gancheta... se escreveste, tens de publicar...
Que engraçado, nunca ouvi falar nesses métodos. eu costumo usar um misto do método global aliado ao Jean que rit 8que também usa histórias e gestos) e para alunos com muitas dificuldades para mim o método das 28 palavras é infalível!
Mas gostaria imenso de conhecer um pouco mais sobre esse método.
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