E lá fomos nós, um destes dias, provar um refresco :)
Fomos ao Quiosque do Camões.Os Quiosques de Refesco antigos:(Fotos retiradas daqui.)
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De importação francesa, o primeiro “kiosko” lisboeta estabeleceu-se no Rossio em 1869. Chamava-se “Elegante” mas logo a arraia-miúda que o começou a frequentar o alcunhou “A Bóia”: uma metáfora certeira para este ponto de paragem sempre aberto e disponível, socorrendo com uma bebida fresca os passantes. Em 1900, espalhavam-se já por toda a cidade vendendo os refrescos tradicionais que os celebrizaram: limonada, orchata, groselha ou capilé. Lisboeta nascido em 1846, Rafael Bordalo Pinheiro foi um genial desenhador, gráfico, ilustrador e caricaturista. A ele se deve a criação do Zé Povinho e de revistas como A Berlinda, , o O Antonio Maria, A Lanterna Mágica ou A Paródia, em cujas páginas criticava a sociedade do seu tempo, o que o levava frequentemente aos tribunais...
"Em vista da alluvião de querellas, com que o santuario do piolho nos distingue, obrigando-nos a estar com um pé em casa e outro na Boa Hora, resolvemos pedir à camara municipal licença para construir no pateo d'aquelle tribunal um kiosque, não para a venda do Antonio Maria, mas para a sua confecção e d'onde nos communicaremos por fios telephonicos com os cartorios dos differentes districtos, sempre que haja processo entre mãos. Sujeitamo-nos da melhor vontade a que o referido kiosque seja vigiado de dia e de noite por todas as auctoridades policiaes cá da terra e pedimos apenas que o serviço seja feito por forma que os frequentadores d'aquelle santuario não confundam o nosso estabelecimento com os kiosques de ferro que por ahi se encontram em algumas praças.
(Retirado de "Rafael Bordalo Pinheiro Fotobiografia" de João Paulo Cotrim. Edição Assírio & Alvim, El Corte Inglés, CML / Museu Rafael Bordalo Pinheiro.)
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A peça noticiosa da Lusa, via RTP, sobre o Quiosque de Refresco, do dia 3 de Abril de 2009. Já quase uma peça de museu...
Limonadas (1,70€ em Agosto de 2010), mazagran, chá frio, orchata, leite perfumado com canela e limão, xaropes de capilé e de groselha - "mesmo groselha" -, vinho do Porto, licor Beirão ou moscatel serão algumas das bebidas disponíveis nos novos espaços concessionados à jornalista Catarina Portas e ao arquitecto João Regal, que procuraram recuperar o conceito dos populares quiosques de refrescos dos séculos XIX e XX.
"Os novos estabelecimentos resultam de um minucioso trabalho de remodelação de três estruturas degradadas, onde foram investidos 60 mil euros.
O que deu mais trabalho foi o do Largo de Camões, que estava nas Amoreiras e estava muito estragado. A base era em tijolo e não tinha graça nenhuma, optámos por refazer essa parte. No Príncipe Real, substituímos as janelas de alumínio por outras de madeira, conta a jornalista.
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Onde os podemos encontrar agora?
Aqui:
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De importação francesa, o primeiro “kiosko” lisboeta estabeleceu-se no Rossio em 1869. Chamava-se “Elegante” mas logo a arraia-miúda que o começou a frequentar o alcunhou “A Bóia”: uma metáfora certeira para este ponto de paragem sempre aberto e disponível, socorrendo com uma bebida fresca os passantes. Em 1900, espalhavam-se já por toda a cidade vendendo os refrescos tradicionais que os celebrizaram: limonada, orchata, groselha ou capilé. Lisboeta nascido em 1846, Rafael Bordalo Pinheiro foi um genial desenhador, gráfico, ilustrador e caricaturista. A ele se deve a criação do Zé Povinho e de revistas como A Berlinda, , o O Antonio Maria, A Lanterna Mágica ou A Paródia, em cujas páginas criticava a sociedade do seu tempo, o que o levava frequentemente aos tribunais...
"Em vista da alluvião de querellas, com que o santuario do piolho nos distingue, obrigando-nos a estar com um pé em casa e outro na Boa Hora, resolvemos pedir à camara municipal licença para construir no pateo d'aquelle tribunal um kiosque, não para a venda do Antonio Maria, mas para a sua confecção e d'onde nos communicaremos por fios telephonicos com os cartorios dos differentes districtos, sempre que haja processo entre mãos. Sujeitamo-nos da melhor vontade a que o referido kiosque seja vigiado de dia e de noite por todas as auctoridades policiaes cá da terra e pedimos apenas que o serviço seja feito por forma que os frequentadores d'aquelle santuario não confundam o nosso estabelecimento com os kiosques de ferro que por ahi se encontram em algumas praças.
(Retirado de "Rafael Bordalo Pinheiro Fotobiografia" de João Paulo Cotrim. Edição Assírio & Alvim, El Corte Inglés, CML / Museu Rafael Bordalo Pinheiro.)
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A peça noticiosa da Lusa, via RTP, sobre o Quiosque de Refresco, do dia 3 de Abril de 2009. Já quase uma peça de museu...
Limonadas (1,70€ em Agosto de 2010), mazagran, chá frio, orchata, leite perfumado com canela e limão, xaropes de capilé e de groselha - "mesmo groselha" -, vinho do Porto, licor Beirão ou moscatel serão algumas das bebidas disponíveis nos novos espaços concessionados à jornalista Catarina Portas e ao arquitecto João Regal, que procuraram recuperar o conceito dos populares quiosques de refrescos dos séculos XIX e XX.
"Os novos estabelecimentos resultam de um minucioso trabalho de remodelação de três estruturas degradadas, onde foram investidos 60 mil euros.
O que deu mais trabalho foi o do Largo de Camões, que estava nas Amoreiras e estava muito estragado. A base era em tijolo e não tinha graça nenhuma, optámos por refazer essa parte. No Príncipe Real, substituímos as janelas de alumínio por outras de madeira, conta a jornalista.
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Onde os podemos encontrar agora?
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